domingo, 12 de janeiro de 2020

Blockchain: o que é e o que Healthcare tem a ver com isso.

Saudações e feliz 2020 a todos! Após uma pausa maior que o habitual entre os posts pelas festas de fim de ano abrimos o ano escrevendo sobre algo promissor em Healthcare, frequentemente mal entendido e envolto em algum mistério. Vamos falar de Blockchain e o que isso tem a ver com saúde.

Para começar é interessante que deixemos claro que blockchain não é a mesma coisa que criptomoedas, como por exemplo a famosa bitcoin e não é delas que vamos falar hoje. O blockchain nasceu junto com o bitcoin mas é na verdade a tecnologia que permitiu o seu desenvolvimento. Hoje há várias outras aplicações possíveis para o blockchain, como Healthcare.

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Assim, antes de falar sobre aplicações possíveis do blockchain em saúde é preciso entendermos um pouco o que é Blockchain, de modo simples, buscando traduzir um pouco do "informatiquês" para que possamos, sabendo melhor do que se trata, entender seus usos possíveis em saúde.

Então, o que seria blockchain? De um modo bastante simples, o blockchain é um livro de registro (banco de dados) de informações e transações, detalhado, confiável e difícil de violar.

Quem lê essa definição pela primeira vez pode imaginar por que tanto hype em cima de um banco de dados já que existem vários por aí.

A questão é que o blockchain, diferente de um banco de dados convencional, utiliza uma rede distribuída (ou descentralizada), sem um servidor central, em que todos os participantes da rede tem a mesma informação. Além disso, para que novas informações sejam introduzidas elas devem validadas por consenso da maioria da rede.

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O fato de ser uma rede descentralizada aumenta a segurança pois é bem mais difícil um invasor  acessar a maioria da rede para alterar dados do que em uma rede centralizada, onde "bastaria" acessar o servidor central. Além disso, o fato de ser necessária validação da maioria da rede para acrescentar novas informações dificulta que se adultere o conteúdo da rede.

Uma vantagem a mais que o blockchain permite é o uso de smart contracts - contratos inteligentes - que fazem transações / validações automaticamente de acordo com regras pré estabelecidas e já as incluem na cadeia de blocos (blockchain) passando a informação para toda a rede.

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Entendido esse mínimo sobre o que é o blockchain e como ele funciona, vamos falar um pouco sobre algumas aplicações bastante interessantes dessa tecnologia em Healthcare.

Uma das possibilidades mais impactantes e disruptivas do blockchain é nos prontuários médicos. Hoje, hospitais, laboratórios e consultórios médicos usam diferentes sistemas de prontuários eletrônicos, que não conversam entre si, de difícil portabilidade e por vezes com questões nebulosas de segurança de dados.

Prontuários médicos baseados em blockchain permitem um nível elevado de segurança dos dados médicos, garantindo que o que é inserido não será apagado ou adulterado. Também podem estimular o empoderamento do paciente, permitindo que ele faça a portabilidade dos seus dados de saúde de um hospital, consultório ou laboratório a outros, aumentando seu engajamento e favorecendo um papel de protagonismo na condução da sua pópria saúde. Dados médicos portáveis e compartilháveis de modo seguro também podem auxiliar na redução dos custos da saúde, evitando exames e procedimentos desnecessários que poderiam ser solicitados por desconhecimento parcial ou total dos dados de saúde do paciente.

Empresas como Patientory, Medibloc e Medicalchain são algumas com soluções em prontuários eletrônicos baseados em blockchain que merecem ser acompanhadas.

Outra área de uso do blockchain em Healthcare é em supply chain . A indústria farmacêutica, por suas características intrínsecas, precisa de altos níveis de monitoramento dos seus produtos, da origem ao consumidor final.  O blockchain pode permitir esse acompanhamento de ponta a ponta com rastreabilidade, auxiliando a monitorar custos e cortar desperdícios.

Modum, Blockpharma e Chronicled são empresas desenvolvendo soluções em supply chain / logística baseadas em blockchain que podem ajudar a indústria farmacêutica.

Genômica é mais uma área de atuação do blockchain. Há empresas trabalhando em ferramentas que permitem o compartilhamento seguro e sem intermediários de dados genéticos, um mercado estimado em bilhões de dólares no futuro.

Encryptgen e Nebula Genomics tem ferramentas para genômica baseadas em blockchain.

Enfim, o blockchain tem potencial para impactar várias áreas e Healthcare é uma dessas áreas. Sendo um assunto bastante amplo, seguem alguns take home messages do que falamos hoje.

- Blockchain não é bitcoin!
- Blockchain é uma ferramenta de registro de dados segura e descentralizada.
- Blockchain tem várias aplicações possíveis em saúde.
- Blockchain em prontuários eletrônicos pode permitir prontuários seguros e compartilháveis além de permitir a portabilidade dos mesmos, aumentando o empoderamento e o engajamento dos pacientes na gestão da sua própria saúde.

Por hoje é isso. Até o próximo post!

Um comentário:

  1. Fica evidente a vastidão do assunto, que o post, pela natureza deste, teve de conter em poucas sentenças, quase que como num quadro sinóptico. Mas o suficiente para aguçar a curiosidade do leitor para uma tecnologia, penso, ainda pouco conhecida e que deverá, talvez brevemente, ter um uso muito amplo pelo que oferece de praticidade, rapidez, segurança e economia a toda atividade profissional humana e, como visto, sem excetuar a área de saúde. Nesta, temos assistido a um constante aumento de custos em razão de novos e modernos exames. A "blockchain", ao menos em parte, pode refrear a percepção desse encarecimento.

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