domingo, 2 de fevereiro de 2020

Realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. O que são e o que há em Healthcare para elas.

Saudações a todos! Continuando a proposta de conversamos sobre inovação e novas tecnologias em saúde, hoje vamos falar sobre realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade mista (MR).

Para começar, vamos diferenciar essas realidades para a partir dai pensarmos em como podemos utilizá-las na saúde.

Iniciando pela realidade virtual (VR), podemos dizer que se trata de uma imersão em um ambiente simulado, permitindo não apenas a visualização desse ambiente mas também a interação com o mesmo. Geralmente são utilizados óculos de VR como o Oculus Rift ou Playstation VR para esse fim.

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Oculus rift, um dos modelos de óculos de VR.

Já a realidade aumentada (AR) trata de sobrepor em tempo real objetos virtuais no mundo real, podendo permitir a interação com esses objetos. Pode ser feita com smartphones, webcams ou óculos específicos para esse fim, como o descontinuado Google Glass. Um popular exemplo de realidade aumentada foi febre alguns anos atrás, quando o jogo Pokemon Go invadiu smartphones em todo o mundo.

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O descontinuado google glass, de AR.

E a realidade mista (MR)? Como se pode deduzir, é  a mistura das realidades virtual e aumentada, permitindo inserir e manipular objetos virtuais (AR) em um mundo virtual simulado (VR).

Agoram que entendemos um pouco do que são essas realidades, vamos explorar algumas das suas possibilidades na Saúde.

Tratamento de fobias com terapias de exposição

Pacientes fóbicos podem ser ajudados com VR sendo expostos, em ambientes controlados, às suas fobias. Claustrofobia, fobias de animais (baratas, aranhas...) são alguns exemplos. Há usos também síndrome de stress pós traumático em veteranos de guerra. 

Nesse link pode ser visto um vídeo de pessoas lidando com fobias através de VR.

Abaixo podemos ver um jogo em VR em que pessoas tentam lidar com seu medo de alturas.



Controle da dor

Um excelente exemplo de uso da VR é no tratamento de vítimas de queimaduras, que é intensamente doloroso.

A Universidade de Washington criou um jogo em VR chamado SnowWorld no qual se deve arremesar bolas de neve em pinguins. Mas... o que isso tem a ver com a dor destes pacientes? As vias neurais responsáveis pela dor desses pacientes são as mesmas utilizadas durante esse tipo de jogo, de modo que o jogo pode "ocupar" essas vias e reduzir sensivelmente a percepção de dor em alguns pacientes. Em alguns casos, essa estratégia se foi mais eficaz que o uso de morfina no alívio da dor.

O vídeo abaixo explica mais sobre o assunto.




Treinamento de anatomia para estudantes de medicina

Já imaginou aprender anatomia em um ambiente de VR, mais interativo, em que você pode "entrar" por exemplo no tórax de um paciente retirando virtualmente os pulmões, observando a estrutura do da parede torácica e depois recolocando os pulmões para entender melhor como tudo aquilo se ajusta? A Medroom, startup brasileira, desenvolveu essa tecnologia e o resultado e a interatividade atingidos é impressionante, tornando o aprendizado de anatomia muito mais efetivo e interessante.

O vídeo abaixo ilustra melhor como funciona essa aplicação, porém devo dizer que testei pessoalmente essa ferramenta e o vídeo não traduz tudo o que ela é de verdade.



Treinamento e planejamento cirúrgicos

Simuladores de ambientes cirúrgicos, como o desenvolvido pela Stanford University, auxiliam no treinamento e planejamento para cirurgiões e residentes.

A Universidade de Munique desenvolveu um capacete de AR (HMD - Head Mounted Display) que permite ao médico fazer uma cirurgia com o auxílio de imagens virtuais da região sendo operada.

O vídeo abaixo é de um planejamento cirúrgico ortopédico auxiliado por VR.



Estimulação de habilidades sociais em autistas

Ambientes virtuais auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais de pacientes autistas, como esse, desenvolvido pela Texas University.

Melhorar qualidade de vida de idosos e/ou deficientes físicos

Experiências imersivas de VR podem ajudar idosos e deficientes físicos a ter experiências que não poderiam ter de outro modo devido às suas limitações, como pilotar um moto ou caminhar na praia. A Stanford University por exemplo desenvolveu um simulador focado nesse problema, com ótimos feedbacks dos seus usuários.


Enfim, há um sem número de aplicações possíveis de VR, AR e MR em Healthcare, com múltiplas possibilidades a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas. Todos os envolvidos com o universo Health Tech podem pensar formas mais eficentes e disruptivas de empregar essas tecnologias na saúde, melhorando a vida das pessoas.

Se você achou o conteúdo desse ou de outros posts anteriores interessantes compartilhe com seus amigos e conexões. Até a próxima!

Um comentário:

  1. Para jejunos nesse imenso campo de pesquisas e buscas de inovações tecnológicas aplicáveis em um sem número de atividades humanas, como é meu caso, não é fácil assimilar conteúdos como o deste post, exigindo, por vezes, releituras e um período de maturação de cada assunto. No entanto, chamam à atenção a quantidade e originalidade das pesquisas e criações de novas tecnologias, ininterruptamente em gestação e desenvolvimento dentro de grandes universidades e empresas startups, o que leva à percepção de que está ocorrendo uma nova revolução já impactando forte e generalizadamente todo espectro da atividade produtiva e intelectual humana. Claro, a medicina, talvez mais que as outras, se beneficiará em grau crescente desses vários avanços tecnológicos. A "healthcare", enfim. Este post dá uma dimensão desse imenso esforço intelectual, a nós que, em nosso dia a dia, caminhamos à margem dele.

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