terça-feira, 28 de abril de 2020

Descomplicando a Impressão 3d. O que é isso e o que há em Medicina e Saúde para ela.

Saudações a todos! Espero que estejam, dentro do possível para tempos de pandemia, bem e com saúde. Que o new normal que vai emergir ao fim dessa pandemia nos torne melhores como mundo.

Retomando nossos posts, hoje vamos falar de uma tecnologia com potencial imenso na medicina e que já é realidade em algumas aplicações; o assunto hoje é manufatura aditiva, mais frequentemente conhecida como impressão 3D.

Se queremos descomplicar, talvez o primeiro passo seja descomplicar o próprio nome desse processo. Manufatura aditiva vem do fato que, ao contrário da manufatura convencional a partir da qual “esculpe-se” um objeto tridimensional a partir de uma material qualquer subtraindo material do mesmo, na manufatura aditiva materializa-se este objeto adicionando camadas, a partir de um projeto / desenho digital.

Embora pareça algo muito novo, a primeira impressora 3d surgiu na década de 80, mas o seu elevado custo inicial restringiu muito seu uso. Somente mais recentemente com o desenvolvimento de impressoras de menor custo seu uso se popularizou e assim mais aplicações começaram a ser pensadas.

Para fins didáticos, vamos dividir a impressão 3d em dois grupos, a impressão 3d, por assim dizer, convencional e os ramos de bioimpressão 3d e de impressão de medicamentos. Neste post vamos abordar a convencional e provavelmente no próximo as outras duas.

Como funciona a impressão 3d?

A impressão 3d é a materialização tridimensional de um projeto / desenho, sendo o primeiro passo a criação deste projeto em softwares específicos (3d CAD). Caso se prefira, há repositórios online de modelos já prontos, nesse caso podemos apenas baixar o arquivo e envia-lo à impressora.

Quais são as vantagens da impressão 3d?

A manufatura aditiva permite uma prototipagem bastante rápida do que se quer fazer, inclusive de objetos com geometria complexa, de modo totalmente customizável. Além disso permite produzir objetos bastante específicos em pequenas quantidades, o que seria um problema por métodos tradicionais. Prototipagem pode parecer uma palavra um pouco estranha a quem é da saúde, se quiserem ler mais sobre o assunto achei esse link interessante.

Quais são (brevemente) as tecnologias mais comuns de impressão 3d?

Aprofundar em detalhes técnicos não é o que buscamos, então vamos apenas passar rapidamente por quatro técnicas mais conhecidas de impressão 3d. Sugiro fortemente que vejam os vídeos pois isso ajudará bastante a entender melhor a impressão 3d.

A SLA (estereolitografia) foi a tecnologia pioneira e ainda é a mais usada no mundo. Consiste em solidificar  / curar fotopolímeros e resinas líquidas com laser ultravioleta, que em seguida são lavados em banho químico. Parece um pouco complicado mas o vídeo abaixo de 1m52s é bem ilustrativo de como funciona a SLA.



A tecnologia Polyjet (impressão a jato de tinta) trabalha com resinas e um tipo de gel para suporte / sustentação. Após depositar gotas dessas resinas elas são solidificadas com ultravioleta e ao término da impressão o material de suporte é retirado. O vídeo abaixo mostra muito bem o processo. Reparem que até engrenagens para as rodas foram impressas!



A FDM (fused deposition modeling) é outra tecnologia bastante usada e consiste em usar filamentos de polímeros plásticos aquecidos a cerca de 200 graus que são então depositados em camadas. Em paralelo, outros fios amolecidos formam o suporte / sustentação para a o modelo. No vídeo abaixo de 2m0s é interessante observar a estrutura de suporte, nesse caso hidrossolúvel, ser retirada do modelo ao fim do processo.



Na SLS (Selective Laser Sintering) utilizam-se plásticos, vidros, cerâmicas ou metais em granulados que são fundidos a laser e posteriormente o material de suporte é retirado. O vídeo abaixo de 1m17m ilustra bem o processo.



Há várias outras técnicas como a manufatura de objetos em lâminas (LOM) e a moderna  fusão por feixe de elétrons (EBM - Electron beam Melting), mas o detalhamento de técnicas foge do escopo desse post.

O que a impressão 3d pode fazer pela saúde / medicina?

Essa obviamente é a principal parte desse post, que é focado, como sempre, em saúde. O potencial da impressão 3d em Healthcare é gigantesco e em algumas áreas suas aplicações já são realidade. Como falamos no princípio do post, bioimpressão e impressão de medicamentos serão abordadas provavelmente no nosso próximo post.

Seguem alguns exemplos de uso da impressão 3d em Healthcare:

Pegando o gancho desse momento, em tempos de pandemia, aplicações interessantes como EPIs para profissionais de saúde estão sendo desenvolvidas, como a impressão de face shields para proteger esses profissionais e swabs para coleta de PCR de suspeitos de covid19, como pode ser visto neste link.

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Máscara N95 feita com tecnologia FDM.

Crédito: https://3dprintingcenter.net/2020/03/12/things-worth-3d-printing-in-the-face-of-the-covid-19-pandemic/

Talas e materiais de imobilização de baixo custo on demand: a possibilidade de imprimir a baixo custo e de modo customizável esses materiais é uma aplicação bastante interessante, vejam o caso de um estudante do ensino médio americano que criou um modelo de tala para imobilizar dedos de baixíssimo custo, que pode ser impressa em uma impressora 3d de baixo custo.

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Imobilização feita com SLA.

Crédito: https://www.indiamart.com/proddetail/medical-models-equipment-by-3d-printing-22220952688.html

Biomodelos: a impressão de biomodelos de tumores ou fraturas a partir de imagens de tomografia e/ou ressonância magnética pode ajudar médicos a melhor entender a complexidade do caso, aumentando a eficiência e melhorando o planejamento cirúrgico, com melhores desfechos para pacientes.  Há um caso até de impressão de biomodelo de coração de um recém nascido com malformação para auxiliar no planejamento cirúrgico.

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Biomodelo de fígado feito com tecnologia Polyjet

Crédito: https://www.stratasys.com/br/cp

Implantes: a possibilidade de imprimir sob medida partes de um crânio que necessitam reconstrução já é uma realidade, como pode ser visto neste vídeo.

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Implante craniano feito sob medida para um paciente.

Crédito: https://www.thehansindia.com/posts/index/Health/2017-07-22/3D-printing-technology-enables-precision-skull-implant-on-patient-with-traumatic-brain-injury/313895

Impressão de próteses de baixo custo, com especial valor em regiões mais pobres, também é uma aplicação bastante interessante da manufatura aditiva.

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Prótese de baixo custo feita com impressão 3d.

Crédito: https://www.sylff.org/news_voices/27410/

Estes foram apenas alguns exemplos de usos da impressão 3d em Healthcare, lembrando que aplicações fascinantes como a bioimpressão de órgãos e tecidos humanos e a impressão de medicamentos merecem um post específico e serão abordados futuramente.

Finalizando, creio que conseguimos descomplicar um pouco esse tema que pode parecer um pouco nebuloso, especialmente para profissionais de saúde que não lidam com o assunto no seu dia a dia. Fiquem a vontade para comentar e compartilhar com seus amigos e conexões, até o próximo!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Medicina de Precisão - O mínimo que você precisa conhecer sobre o assunto

Saudações a todos! Após atrasar um pouco nosso novo post, muito em virtude de tudo que está acontecendo no mundo hoje, vamos abordar um tema que tem sido bastante ouvido ultimamente e que algumas instituições já incluíram na sua prática clínica. Hoje vamos falar sobre Medicina de Precisão, em uma abordagem leve e introdutória ao tema.

Precision medicine: overcoming cost challenges - PharmaTimes ...

Como novidade, a postagem de hoje está sendo feita a quatro mãos. Convidei meu amigo e colega de MBA, Dr. Marcelo Balancin, brilhante patologista, que já vivencia a medicina de precisão no seu dia a dia, para escrever comigo esse tema.
Então… o que é, afinal, medicina de precisão? Este não é um conceito exatamente novo mas tem sido revisitado recentemente à luz de avanços importantes em medicina genômica, algoritmos de AI e data analysis e vem ganhando protagonismo com esses impulsos.
A medicina de precisão consiste em entregar o certo. O tratamento certo, na hora certa e para o paciente certo, após um diagnóstico certo. Consiste em somar informações múltiplas para auxiliar o time médico em um melhor processo de decisão clínica, focando em outcome e em value based medicine.
Trials and Outcomes: Accelerating Precision Medicine at ASCO 2017 ...
Sendo escrito por dois médicos de diagnóstico, não poderíamos deixar de lembrar neste post que não existe medicina de precisão sem um diagnóstico também de precisão. Um diagnóstico impreciso ou incorreto levará na maioria das vezes a uma medicina inadequada.
Assim, a medicina de precisão vem se opor ao conceito one size fits all, em que, por exemplo um único tipo de tratamento com a mesma dose se aplica para todos, a despeito de background genético, peso, idade, etc.
Isso não é, como alguns podem pensar, medicina cara e para abastados, é medicina adequada a um determinado contexto de um determinado paciente que pode até ser mais barata. 
Exemplificando, pensem em um indivíduo com um tipo X de câncer que convencionalmente é tratado linearmente com a terapia I, em falhando essa primeira abordagem com a terapia II e essa também falhando com a III. 
Se, com base em data analysis, dados genômicos e algoritmos de AI, podemos saber que esse paciente não responderá bem às terapias I e II, por que não entregar-lhe diretamente a terapia III? Isso vai permitir um tratamento correto e mais precoce, aumentando as chances de cura, sendo inclusive menos caro, pois não se perdeu recursos e tempo tentando terapias com baixa chance de sucesso para aquele determinado paciente.
Functional stratification & DNA repair biomarkers - LXRepair

Revoluções na oncologia proporcionadas pela medicina de precisão tem sido observadas por médicos, pacientes e indústria. 
Alguns exemplos recentes destas revoluções são a imunoterapia para o tratamento de melanoma e a combinação entre imunoterapia e inibidores de tirosina quinase para o tratamento de câncer de pulmão. Estas doenças, frequentemente fatais, foram convertidas em enfermidades crônicas potencialmente controláveis aumentando significativamente sobrevida dos pacientes, através da combinação entre alvo genético mutacional dos tumores e estímulos ao próprio sistema imune dos  pacientes . 
Embora seja lugar comum associar medicina de precisão a tratamento de câncer, ela não se resume a isso.  Há vários fatores que podem levar à enfermidades rastreáveis, permitindo intervenção preventiva. Por exemplo, algumas adicções (como o abuso de substâncias ilícitas) podem ser facilitados por traços genéticos, assim como a predisposição ao desenvolvimento de diabetes do adulto. Imaginem moldar um tratamento personalizado a pacientes de risco baseados em suas próprias características. É o contrário da solução one size fits all - pronta atrás do balcão - baseada em estatística populacional de quantas pessoas em mil responderão ao tratamento, não considerando as características pessoais intrínsecas a cada um. Passamos a oferecer algo focado nas maiores chances  de um adequado outcome.

As possibilidades, somadas às já realidades, da medicina de precisão são tão expressivas que há um estudo da Deloitte que estima o mercado de medicina de precisão em quase 90 bilhões de dólares até 2023.
Para finalizar, lembramos que nosso objetivo neste post é fazer uma abordagem leve e bastante introdutória ao tema, para que os que ainda não o conhecem ganhem familiaridade com o assunto e possam, assim como nós, vislumbrar as possibilidades proporcionadas pela medicina de precisão. Futuramente abordaremos um pouco mais sobre o assunto e pensaremos juntos um pouco mais sobre a medicina de precisão, avançando também ao conceito de saúde de precisão.
Se gostaram do post por favor compartilhem com seus amigos e conexões e fiquem a vontade para comentar ou nos procurar. Até a próxima!

sexta-feira, 13 de março de 2020

A empatia na Medicina no contexto da Saúde 4.0

Saudações a todos! Hoje eu gostaria de fazer uma pausa nas tecnologias exponenciais e disruptivas para falar de um soft skill bastante complementar a elas que, embora não seja algo novo, tem potencial de impactar positivamente a saúde das pessoas e é algo que nenhuma inovação ou tecnologia pode, isoladamente, alcançar.  Vamos falar sobre empatia na medicina.

Devido à minha especialidade médica focaremos na área que vivencio no meu cotidiano enquanto  radiologista, mas creio que muito possa ser extrapolado para outras áreas.


A definição acima é a primeira que encontramos no dicionário Michaelis. Ou seja, empatia basicamente é a capacidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa.

Porque isso é importante quando se fala em saúde 4.0? Como já vimos em postagens anteriores, há inúmeras tecnologias que já estão sendo aplicadas na medicina buscando melhorar a prestação dos serviços médicos, automatizando tarefas repetitivas. Algumas especialidades, especialmente aquelas baseadas em reconhecimento de padrões como a radiologia e a patologia, devem ser fortemente impactadas pelo uso de inteligência artificial. O que pode parecer um armageddon a primeira vista pode, na verdade, ser apenas uma transição evolutiva dessas especialidades, abrindo espaço para o médico ser mais... médico. Como lembrou meu amigo Marcelo Balancim em um post recente, exercer mais o "doctoring", como conceituado por Eric Cassell.

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crédito: https://www.psychalive.org/empathy-can-help-us-right-now/

Como o tema, mesmo fechando mais na radiologia, é realmente amplo, vamos nos concentrar em duas das suas vertentes.

Falando então sobre o médico radiologista ,seria seu único produto de trabalho o laudo confeccionado após interpretar as imagens de uma, por exemplo, ressonância magnética? Seria possível fazer algo mais além dessa entrega tradicional (considerando que um laudo correto é pré-requisito)?

Considero que sim, radiologistas podem fazer mais. Indo além, penso que quem não puder ou fizer tende a perder relevância em um horizonte não tão distante em que algoritmos cada vez mais eficientes de AI podem tornar esse radiologista um mero "validador" de relatórios baseados em AI. Sabemos que há discussões se a AI pode chegar ao nível de um laudo médico praticamente completo, especialmente em métodos de imagem pesada como tomografia computadorizada e ressonância magnética, mas vamos nos valer dessa simplificação.

O que podemos entregar a mais então? Fazendo um exercício de empatia, ou design thinking caso se queira utilizar um termo que anda em maior evidência, talvez possamos entregar mais valor ao médico que solicitou o exame estando disponíveis para discutir casos mais complexos com ele, ajudando-o  na decisão do tipo de tratamento.  Também podemos avisa-lo ativamente de algum achado inesperado ou mais grave nos exames de um paciente seu. Estes são valores que nunca poderão ser entregues adequadamente por nenhuma tecnologia, dependem desse soft skill empático que merece ser desenvolvido e aprimorado por todos nós.


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crédito: https://www.sbmastologia.com.br/medicos/noticiasmedicas/medicina-baseada-em-empatia-vendo-atraves-do-olhar-do-outro/

Outra vertente da empatia no trabalho de um radiologista é sobre sua entrega mais básica, o laudo (ou relatório para os colegas portugueses). Sendo um radiologista musculo-esquelético, meu principal cliente médico são ortopedistas. Há várias formas de se fazer um laudo radiológico. Talvez a maioria de nós tenha aprendido uma sequência de itens a ser citados (primeiro meniscos, depois ligamentos, depois cartilagens, etc), não necessariamente sequenciais em relação às alterações que se encontram nos exames. Muitos seguem com esse padrão ao longo da sua vida profissional.

Mas... seria essa forma de laudo a melhor para quem vai recebê-lo e interpreta-lo? Vamos fazer novamente um exercício de empatia / design thinking, colocando-nos no lugar de um colega médico que vá ler os laudos. Provavelmente esta estrutura de laudo não faça sentido. Provavelmente faça mais sentido descrever primeiro os achados mais importantes e, quando houver relação entre eles, também dispor esses achados sequencialmente.

Também não faz sentido utilizar 5 linhas para descrever algo que possa ser descrito, de forma objetiva, concisa e sem perda de conteúdo, em 2 linhas. É importante passar as informações da forma que elas possam ser mais facilmente compreendidas pelo cliente médico, sempre entregando o máximo de conteúdo da forma mais objetiva possível.

Esse processo, além do exercício empático, envolve obviamente conversar com os médicos prescritores e tentar entender suas reais necessidades quando pedem um exame, que tipo de informações são mais relevantes e como entrega-las de forma clara e objetiva.

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crédito: https://gblogs.cisco.com/uki/why-is-empathy-important-in-customer-experience/

No contexto de inovações e disrupções que surgem quase semanalmente (como novos algoritmos de AI) e podem agilizar nosso trabalho automatizando o que possa ser automatizado, esse tempo extra proporcionado pode ser utilizado para sermos mais médicos e menos técnicos e exercícios de empatia e design thinking no nosso cotidiano podem nos auxiliar nisso.

Em paralelo, os pacientes seguem em uma outra vertical paralela disruptiva tornando-se mais engajados na gestão da própria saúde graças a tecnologias exponenciais e à internet, como já abordamos em outros artigos por aqui. O resultado desse caldeirão de mudanças tem tudo para nos conduzir a vidas mais longas e saudáveis.

E na sua área de atuação? Como a empatia pode lhe ajudar a ser um profissional melhor, entregando mais valor para a Saúde? Escrevam nos comentários e, se gostaram do post, compartilhem com seus amigos e conexões. Até a próxima!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Vestindo saúde

Saudações a todos! Passado o carnaval vamos dar continuidade à nossa sequência de posts abordando o universo Health Tech e o tema de hoje é wearables.

Afinal, o que são wearables? Na tradução livre wearables são aparelhos "vestíveis" e por estranho que pareça o nome é exatamente isso, tecnologia de vestir. Os mais famosos, dos quais muitos ouviram falar ou mesmo tem, são os smartwatches, relógios inteligentes que misturam as funções de um celular com um relógio convencional e podem medir parâmetros de saúde e atividade física dos seus usuários.

É justamente essa capacidade de medir parâmetros de saúde e atividade física que torna esse tema relevante para Healthcare. Também contribui para a relevância dos wearables na área de Saúde o fato que seu uso estimula o envolvimento das pessoas com a própria saúde, aumentando o seu engajamento. Cerca de 75% dos usuários de wearables afirmam que seu engajamento em suas condições físicas e de saúde aumentou após começarem a usa-los.

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crédito: http://www.information-age.com/

Não por acaso operadoras de saúde estudam oferecer a seus clientes wearables, pois contam com uma redução de sinistralidade, que auxilia a reduzir a conhecida espiral dos custos de saúdes. Algumas outras operadoras consideram oferecer descontos nos planos de saúde a usuários que cumprirem metas de saúde baseadas em registros de wearables.

A maior parte do mercado de wearables hoje está com smartwatches, muito pela sua praticidade de uso. Além da tradicional contagem de passos, as características mais comuns à maioria dos smartwatches incluem o monitoramento da frequência cardíaca e do sono.

O monitoramento de frequência cardíaca em repouso e também em módulos de diferentes atividades físicas pode emitir alertas para aumentos atípicos da frequência, que podem ser sinal de eventos cardíacos como um infarto.

A qualidade de sono monitorada permite um relatório de sono, ajudando o usuário a entender como dorme e como melhorar seu sono e sabemos que um sono de qualidade é importante para o bem estar, cognição e saúde geral de todos.

Nessa área, um bom exemplo é o FitBit Ionic. Embora com um design questionável, esse smartwatch, além das features mais comuns, informa quantidade de sono leve, profundo e REM.

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crédito: http://www.pocket-lint.com/

O Apple Watch se destaca por também fazer um eletrocardiograma e por emitir alertas de queda. Há relatos de pessoas que salvaram suas vidas graças a essas features, cujo alerta as fez procurar atendimento médico precoce.

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crédito: http://www.apple.com/

A Onrom produz o HeartGuide, o primeiro smartwatch que mede a pressão arterial do usuário, oferecendo ainda as outras características mais comuns destes devices.

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crédito: http://healthcareweekly.com/

Players tradicionais desse mercado incluem a FitBit (comprada em 2019 pela Google por 2,1 bilhões de dólares), a Garmin e a Polar, sendo que as chinesas Huawei e Xiaomi (através da Huami) tem avançado nesse mercado.

Contudo, não apenas de smartwatches vivem os wearables, então vamos falar um pouco sobre alguns outros wearables interessantes e/ou promissores em Healthcare.

A headband do Muse é um wearable que auxilia a meditar e baixar o stress. O usuário coloca na cabeça a headband que capta ondas cerebrais de modo similar a um eletroencefalograma e as transmite na forma de sons ao usuário. Há sons específicos para ondas relacionadas a um estado mental mais relaxado e outras para estados mentais de maior foco ou intensidade cerebral. Uma "assistente pessoal de meditação" pode conduzir o usuário em um processo de relaxamento / meditação.

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crédito: http://choosemuse.com/

Uma área bastante promissora em wearables é, com perdão do trocadilho, das roupas "vestíveis".  Uma pesquisa do fórum econômico mundial apontou que mais de 90% das corporações acreditam que já em 2025 cerca de 10% da população mundial usará roupas com wearables. São sensores adaptados / costurados a roupas para auxiliar no registro de parâmetros físicos e de saúde. Como por exemplo podemos citar as meias da Sensoria ou as calças leg da Wearable X.

SensoriaCore
crédito: http://www.sensoriafitness.com/

Adesivos de pele, como o Philips wearable biosensor, são pequenos adesivos que, colocados na pele, medem frequência cardíaca, respiratória, temperatura e movimentos, compartilhando essas informações e ajudando a controlar pessoas que necessitam de monitoramento contínuo.

Wearable biosensor Wireless remote sensing device

crédito: http://www.usa.philips.com/

Enfim, há wearables para quase tudo e de quase todo modo. Alguns vão ter mais sucesso e outros podem desaparecer com o tempo. Pessoalmente, aposto naqueles que forem mais convergentes. Se você puder ter em um mesmo device frequência cardíaca, pressão arterial e monitoramento de sono confiáveis, isso vai ser melhor do que ter um device para cada um desses itens.

Além da convergência, a  conveniência de uso é outro fator importante para o sucesso de um gadget. Devices de uso fácil como um relógio ou um pequeno chip na roupa, que podem ser usados quase imperceptivelmente, tem mais chance de massificação.

Encerramos por aqui esse post, após uma sucinta exposição sobre o assunto, sempre focando em Healthcare. E você, tem algum wearable? Fique a vontade para compartilhar suas impressões e, se tiver gostado desse post, compartilhe-o com seus amigos e conexões. Até a próxima!








domingo, 2 de fevereiro de 2020

Realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. O que são e o que há em Healthcare para elas.

Saudações a todos! Continuando a proposta de conversamos sobre inovação e novas tecnologias em saúde, hoje vamos falar sobre realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade mista (MR).

Para começar, vamos diferenciar essas realidades para a partir dai pensarmos em como podemos utilizá-las na saúde.

Iniciando pela realidade virtual (VR), podemos dizer que se trata de uma imersão em um ambiente simulado, permitindo não apenas a visualização desse ambiente mas também a interação com o mesmo. Geralmente são utilizados óculos de VR como o Oculus Rift ou Playstation VR para esse fim.

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Oculus rift, um dos modelos de óculos de VR.

Já a realidade aumentada (AR) trata de sobrepor em tempo real objetos virtuais no mundo real, podendo permitir a interação com esses objetos. Pode ser feita com smartphones, webcams ou óculos específicos para esse fim, como o descontinuado Google Glass. Um popular exemplo de realidade aumentada foi febre alguns anos atrás, quando o jogo Pokemon Go invadiu smartphones em todo o mundo.

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O descontinuado google glass, de AR.

E a realidade mista (MR)? Como se pode deduzir, é  a mistura das realidades virtual e aumentada, permitindo inserir e manipular objetos virtuais (AR) em um mundo virtual simulado (VR).

Agoram que entendemos um pouco do que são essas realidades, vamos explorar algumas das suas possibilidades na Saúde.

Tratamento de fobias com terapias de exposição

Pacientes fóbicos podem ser ajudados com VR sendo expostos, em ambientes controlados, às suas fobias. Claustrofobia, fobias de animais (baratas, aranhas...) são alguns exemplos. Há usos também síndrome de stress pós traumático em veteranos de guerra. 

Nesse link pode ser visto um vídeo de pessoas lidando com fobias através de VR.

Abaixo podemos ver um jogo em VR em que pessoas tentam lidar com seu medo de alturas.



Controle da dor

Um excelente exemplo de uso da VR é no tratamento de vítimas de queimaduras, que é intensamente doloroso.

A Universidade de Washington criou um jogo em VR chamado SnowWorld no qual se deve arremesar bolas de neve em pinguins. Mas... o que isso tem a ver com a dor destes pacientes? As vias neurais responsáveis pela dor desses pacientes são as mesmas utilizadas durante esse tipo de jogo, de modo que o jogo pode "ocupar" essas vias e reduzir sensivelmente a percepção de dor em alguns pacientes. Em alguns casos, essa estratégia se foi mais eficaz que o uso de morfina no alívio da dor.

O vídeo abaixo explica mais sobre o assunto.




Treinamento de anatomia para estudantes de medicina

Já imaginou aprender anatomia em um ambiente de VR, mais interativo, em que você pode "entrar" por exemplo no tórax de um paciente retirando virtualmente os pulmões, observando a estrutura do da parede torácica e depois recolocando os pulmões para entender melhor como tudo aquilo se ajusta? A Medroom, startup brasileira, desenvolveu essa tecnologia e o resultado e a interatividade atingidos é impressionante, tornando o aprendizado de anatomia muito mais efetivo e interessante.

O vídeo abaixo ilustra melhor como funciona essa aplicação, porém devo dizer que testei pessoalmente essa ferramenta e o vídeo não traduz tudo o que ela é de verdade.



Treinamento e planejamento cirúrgicos

Simuladores de ambientes cirúrgicos, como o desenvolvido pela Stanford University, auxiliam no treinamento e planejamento para cirurgiões e residentes.

A Universidade de Munique desenvolveu um capacete de AR (HMD - Head Mounted Display) que permite ao médico fazer uma cirurgia com o auxílio de imagens virtuais da região sendo operada.

O vídeo abaixo é de um planejamento cirúrgico ortopédico auxiliado por VR.



Estimulação de habilidades sociais em autistas

Ambientes virtuais auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais de pacientes autistas, como esse, desenvolvido pela Texas University.

Melhorar qualidade de vida de idosos e/ou deficientes físicos

Experiências imersivas de VR podem ajudar idosos e deficientes físicos a ter experiências que não poderiam ter de outro modo devido às suas limitações, como pilotar um moto ou caminhar na praia. A Stanford University por exemplo desenvolveu um simulador focado nesse problema, com ótimos feedbacks dos seus usuários.


Enfim, há um sem número de aplicações possíveis de VR, AR e MR em Healthcare, com múltiplas possibilidades a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas. Todos os envolvidos com o universo Health Tech podem pensar formas mais eficentes e disruptivas de empregar essas tecnologias na saúde, melhorando a vida das pessoas.

Se você achou o conteúdo desse ou de outros posts anteriores interessantes compartilhe com seus amigos e conexões. Até a próxima!

domingo, 12 de janeiro de 2020

Blockchain: o que é e o que Healthcare tem a ver com isso.

Saudações e feliz 2020 a todos! Após uma pausa maior que o habitual entre os posts pelas festas de fim de ano abrimos o ano escrevendo sobre algo promissor em Healthcare, frequentemente mal entendido e envolto em algum mistério. Vamos falar de Blockchain e o que isso tem a ver com saúde.

Para começar é interessante que deixemos claro que blockchain não é a mesma coisa que criptomoedas, como por exemplo a famosa bitcoin e não é delas que vamos falar hoje. O blockchain nasceu junto com o bitcoin mas é na verdade a tecnologia que permitiu o seu desenvolvimento. Hoje há várias outras aplicações possíveis para o blockchain, como Healthcare.

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Assim, antes de falar sobre aplicações possíveis do blockchain em saúde é preciso entendermos um pouco o que é Blockchain, de modo simples, buscando traduzir um pouco do "informatiquês" para que possamos, sabendo melhor do que se trata, entender seus usos possíveis em saúde.

Então, o que seria blockchain? De um modo bastante simples, o blockchain é um livro de registro (banco de dados) de informações e transações, detalhado, confiável e difícil de violar.

Quem lê essa definição pela primeira vez pode imaginar por que tanto hype em cima de um banco de dados já que existem vários por aí.

A questão é que o blockchain, diferente de um banco de dados convencional, utiliza uma rede distribuída (ou descentralizada), sem um servidor central, em que todos os participantes da rede tem a mesma informação. Além disso, para que novas informações sejam introduzidas elas devem validadas por consenso da maioria da rede.

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O fato de ser uma rede descentralizada aumenta a segurança pois é bem mais difícil um invasor  acessar a maioria da rede para alterar dados do que em uma rede centralizada, onde "bastaria" acessar o servidor central. Além disso, o fato de ser necessária validação da maioria da rede para acrescentar novas informações dificulta que se adultere o conteúdo da rede.

Uma vantagem a mais que o blockchain permite é o uso de smart contracts - contratos inteligentes - que fazem transações / validações automaticamente de acordo com regras pré estabelecidas e já as incluem na cadeia de blocos (blockchain) passando a informação para toda a rede.

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Entendido esse mínimo sobre o que é o blockchain e como ele funciona, vamos falar um pouco sobre algumas aplicações bastante interessantes dessa tecnologia em Healthcare.

Uma das possibilidades mais impactantes e disruptivas do blockchain é nos prontuários médicos. Hoje, hospitais, laboratórios e consultórios médicos usam diferentes sistemas de prontuários eletrônicos, que não conversam entre si, de difícil portabilidade e por vezes com questões nebulosas de segurança de dados.

Prontuários médicos baseados em blockchain permitem um nível elevado de segurança dos dados médicos, garantindo que o que é inserido não será apagado ou adulterado. Também podem estimular o empoderamento do paciente, permitindo que ele faça a portabilidade dos seus dados de saúde de um hospital, consultório ou laboratório a outros, aumentando seu engajamento e favorecendo um papel de protagonismo na condução da sua pópria saúde. Dados médicos portáveis e compartilháveis de modo seguro também podem auxiliar na redução dos custos da saúde, evitando exames e procedimentos desnecessários que poderiam ser solicitados por desconhecimento parcial ou total dos dados de saúde do paciente.

Empresas como Patientory, Medibloc e Medicalchain são algumas com soluções em prontuários eletrônicos baseados em blockchain que merecem ser acompanhadas.

Outra área de uso do blockchain em Healthcare é em supply chain . A indústria farmacêutica, por suas características intrínsecas, precisa de altos níveis de monitoramento dos seus produtos, da origem ao consumidor final.  O blockchain pode permitir esse acompanhamento de ponta a ponta com rastreabilidade, auxiliando a monitorar custos e cortar desperdícios.

Modum, Blockpharma e Chronicled são empresas desenvolvendo soluções em supply chain / logística baseadas em blockchain que podem ajudar a indústria farmacêutica.

Genômica é mais uma área de atuação do blockchain. Há empresas trabalhando em ferramentas que permitem o compartilhamento seguro e sem intermediários de dados genéticos, um mercado estimado em bilhões de dólares no futuro.

Encryptgen e Nebula Genomics tem ferramentas para genômica baseadas em blockchain.

Enfim, o blockchain tem potencial para impactar várias áreas e Healthcare é uma dessas áreas. Sendo um assunto bastante amplo, seguem alguns take home messages do que falamos hoje.

- Blockchain não é bitcoin!
- Blockchain é uma ferramenta de registro de dados segura e descentralizada.
- Blockchain tem várias aplicações possíveis em saúde.
- Blockchain em prontuários eletrônicos pode permitir prontuários seguros e compartilháveis além de permitir a portabilidade dos mesmos, aumentando o empoderamento e o engajamento dos pacientes na gestão da sua própria saúde.

Por hoje é isso. Até o próximo post!

domingo, 8 de dezembro de 2019

O fantasma da LGPD

Saudações a todos! Hoje vamos falar de um assunto espinhoso que muitos ou não ouviram falar ou até escutaram, mas não gostaram do que ouviram e estão de alguma forma fechando os olhos torcendo para que, ao abri-los, esse fantasma tenha simplesmente desaparecido da frente. Hoje é dia de falar da Lei Geral de Proteção de dados, a LGPD.



Antes de começar, quero lembrar que sou médico e vou abordar o assunto não como um advogado e sim como alguém de Healthcare interessado no assunto. Quem quiser se antecipar e saber mais, recomendo os ótimos podcasts do Cláudio Santos, do Direito e Tecnologia. Neste site também há informações interessantes sobre o tema.

Mas... para que uma lei de proteção de dados? Dados têm sido considerados o novo petróleo e em uma época de big data crescendo assim como também cresce a capacidade de processar esses dados, decisões baseadas em dados serão mais a regra que a exceção em um futuro não muito distante. Dados valem dinheiro e, particularmente na saúde, valem mais.

Tanto valem que Facebook, Instagram e outras redes sociais não são exatamente "gratuitas" como divulgam. Além das propagandas, há a questão de coleta de dados que são utilizados das mais variadas formas, seja direcionando propagandas para um público mais adequado ao produto ou até influenciando questões muito mais complexas.



O caso da Cambridge Analytica, que usou dados de redes sociais para influenciar as eleições americanas e o Brexit é apenas o mais conhecido deles talvez. Quem quiser saber mais sobre esse caso há até um documentário na netflix sobre o qual pode-se saber mais neste link.



Outra questão importante é a possibilidade de dados pessoais coletados serem usados contra um indivíduo. Imaginem por exemplo uma pessoa deixar de ser contratada por conta de um dado que deveria ser restrito, como, por exemplo, sua orientação sexual, religião ou orientação política.

Assim, muito inspirada na GDPR (General Data Protection Regulation), seu equivalente europeu, surgiu a LGPD. Antes de abordar alguns conceitos básicos sobre ela, gostaria de passar rapidamente por três pontos da LGPD:

-A LGPD deve entrar em vigor, se não for mais uma vez adiada, em agosto de 2020. Ou seja, está logo aí.

-A LGPD vale para dados coletados antes e depois da sua implantação. Em outras palavras, para coletar ou continuar a usar dados previamente coletados será necessário enviar um pedido de autorização ao titular desses dados, no caso da saúde, mais frequentemente o paciente.

-A LGPD vale para todo tipo de dado, não apenas os digitalizados. Prontuários tradicionais em fichas / papel também estão contemplados na LGPD.

Os players em Healthcare estão em sua maioria despreparados ou parcialmente despreparados para essa realidade, talvez, como falado no começo desse artigo, fechando os olhos esperando que ao abrir esse fantasma tenha sumido. Pessoalmente, penso que sua implantação ainda possa ser adiada e/ou alguns pontos modificados, mas realmente não é bom contar com isso e se preparar é bastante aconselhável.

Vamos então passar algumas definições básicas da LGPD. Muito longe de esgotar o assunto, a intenção é apenas ajudar pessoas de Healthcare a entender os conceitos mínimos do assunto.

Dados pessoais: são os dados que permitam identificar, direta ou indiretamente, uma pessoa. Os mais comumente vistos são RG, CPF, passaporte, carteira de habilitação que permitem identificar diretamente uma pessoa, mas outros tipos de dados que possam permitir uma identificação indireta também são considerados dados pessoais.

Dados pessoais sensíveis: são como uma categoria especial de dados pessoais pois abrem margem para discriminação do titular dos dados. Informações relacionadas a raça, convicção religiosa, orientação sexual e opinião política são exemplos de dados pessoais sensíveis.

Titular dos dados: é o proprietário dos dados pessoais. Em Healthcare mais frequentemente estaremos falando do paciente como o titular dos dados.

Controlador dos dados: é a pessoa física ou jurídica responsável pela coleta dos dados pessoais e seu uso.

Operador dos dados: a pessoa física ou jurídica que realiza o tratamento dos dados pessoais em nome do controlador.

Encarregado dos dados: é a pessoa indicada pelo controlador para fazer a comunicação entre o controlador dos dados, o titular destes dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados. Se o titular dos dados ou a essa Autoridade tem algo a reclamar sobre os dados é essa pessoa que fará o "meio de campo"com o controlador.

Também é importante lembrar que a LGPD assegura ao titular dos dados alguns direitos. Entre estes direitos podemos destacar os seguintes:

- ter acesso aos dados.
- solicitar correção de dados incompletos ou imprecisos.
- solicitar portabilidade dos dados.
- pedir a eliminação dos dados pessoais.
- solicitar informação de entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou uso compartilhado de dados.

Enfim, a implantação da LGPD suscita várias dúvidas e pode causar consideráveis atritos na área de Saúde, sendo um assunto que quero abordar novamente em um post futuro. Neste post a intenção foi trazer o tema à tona e discutir alguns aspectos básicos do mesmo.

Aproveitando... E a sua instituição, está pronta para a LGPD?  Até a próxima!



Descomplicando a Impressão 3d. O que é isso e o que há em Medicina e Saúde para ela.

Saudações a todos! Espero que estejam, dentro do possível para tempos de pandemia, bem e com saúde. Que o new normal que vai emergir ao fim ...