Saudações a todos! Passado o carnaval vamos dar continuidade à nossa sequência de posts abordando o universo Health Tech e o tema de hoje é wearables.
Afinal, o que são wearables? Na tradução livre wearables são aparelhos "vestíveis" e por estranho que pareça o nome é exatamente isso, tecnologia de vestir. Os mais famosos, dos quais muitos ouviram falar ou mesmo tem, são os smartwatches, relógios inteligentes que misturam as funções de um celular com um relógio convencional e podem medir parâmetros de saúde e atividade física dos seus usuários.
É justamente essa capacidade de medir parâmetros de saúde e atividade física que torna esse tema relevante para Healthcare. Também contribui para a relevância dos wearables na área de Saúde o fato que seu uso estimula o envolvimento das pessoas com a própria saúde, aumentando o seu engajamento. Cerca de 75% dos usuários de wearables afirmam que seu engajamento em suas condições físicas e de saúde aumentou após começarem a usa-los.
crédito: http://www.information-age.com/
Não por acaso operadoras de saúde estudam oferecer a seus clientes wearables, pois contam com uma redução de sinistralidade, que auxilia a reduzir a conhecida espiral dos custos de saúdes. Algumas outras operadoras consideram oferecer descontos nos planos de saúde a usuários que cumprirem metas de saúde baseadas em registros de wearables.
A maior parte do mercado de wearables hoje está com smartwatches, muito pela sua praticidade de uso. Além da tradicional contagem de passos, as características mais comuns à maioria dos smartwatches incluem o monitoramento da frequência cardíaca e do sono.
O monitoramento de frequência cardíaca em repouso e também em módulos de diferentes atividades físicas pode emitir alertas para aumentos atípicos da frequência, que podem ser sinal de eventos cardíacos como um infarto.
A qualidade de sono monitorada permite um relatório de sono, ajudando o usuário a entender como dorme e como melhorar seu sono e sabemos que um sono de qualidade é importante para o bem estar, cognição e saúde geral de todos.
Nessa área, um bom exemplo é o FitBit Ionic. Embora com um design questionável, esse smartwatch, além das features mais comuns, informa quantidade de sono leve, profundo e REM.
crédito: http://www.pocket-lint.com/
O Apple Watch se destaca por também fazer um eletrocardiograma e por emitir alertas de queda. Há relatos de pessoas que salvaram suas vidas graças a essas features, cujo alerta as fez procurar atendimento médico precoce.
crédito: http://www.apple.com/
A Onrom produz o HeartGuide, o primeiro smartwatch que mede a pressão arterial do usuário, oferecendo ainda as outras características mais comuns destes devices.
crédito: http://healthcareweekly.com/
Players tradicionais desse mercado incluem a FitBit (comprada em 2019 pela Google por 2,1 bilhões de dólares), a Garmin e a Polar, sendo que as chinesas Huawei e Xiaomi (através da Huami) tem avançado nesse mercado.
Contudo, não apenas de smartwatches vivem os wearables, então vamos falar um pouco sobre alguns outros wearables interessantes e/ou promissores em Healthcare.
A headband do Muse é um wearable que auxilia a meditar e baixar o stress. O usuário coloca na cabeça a headband que capta ondas cerebrais de modo similar a um eletroencefalograma e as transmite na forma de sons ao usuário. Há sons específicos para ondas relacionadas a um estado mental mais relaxado e outras para estados mentais de maior foco ou intensidade cerebral. Uma "assistente pessoal de meditação" pode conduzir o usuário em um processo de relaxamento / meditação.
crédito: http://choosemuse.com/
Uma área bastante promissora em wearables é, com perdão do trocadilho, das roupas "vestíveis". Uma pesquisa do fórum econômico mundial apontou que mais de 90% das corporações acreditam que já em 2025 cerca de 10% da população mundial usará roupas com wearables. São sensores adaptados / costurados a roupas para auxiliar no registro de parâmetros físicos e de saúde. Como por exemplo podemos citar as meias da Sensoria ou as calças leg da Wearable X.
crédito: http://www.sensoriafitness.com/
Adesivos de pele, como o Philips wearable biosensor, são pequenos adesivos que, colocados na pele, medem frequência cardíaca, respiratória, temperatura e movimentos, compartilhando essas informações e ajudando a controlar pessoas que necessitam de monitoramento contínuo.
crédito: http://www.usa.philips.com/
Enfim, há wearables para quase tudo e de quase todo modo. Alguns vão ter mais sucesso e outros podem desaparecer com o tempo. Pessoalmente, aposto naqueles que forem mais convergentes. Se você puder ter em um mesmo device frequência cardíaca, pressão arterial e monitoramento de sono confiáveis, isso vai ser melhor do que ter um device para cada um desses itens.
Além da convergência, a conveniência de uso é outro fator importante para o sucesso de um gadget. Devices de uso fácil como um relógio ou um pequeno chip na roupa, que podem ser usados quase imperceptivelmente, tem mais chance de massificação.
Encerramos por aqui esse post, após uma sucinta exposição sobre o assunto, sempre focando em Healthcare. E você, tem algum wearable? Fique a vontade para compartilhar suas impressões e, se tiver gostado desse post, compartilhe-o com seus amigos e conexões. Até a próxima!
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
domingo, 2 de fevereiro de 2020
Realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. O que são e o que há em Healthcare para elas.
Saudações a todos! Continuando a proposta de conversamos sobre inovação e novas tecnologias em saúde, hoje vamos falar sobre realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e realidade mista (MR).
Para começar, vamos diferenciar essas realidades para a partir dai pensarmos em como podemos utilizá-las na saúde.
Iniciando pela realidade virtual (VR), podemos dizer que se trata de uma imersão em um ambiente simulado, permitindo não apenas a visualização desse ambiente mas também a interação com o mesmo. Geralmente são utilizados óculos de VR como o Oculus Rift ou Playstation VR para esse fim.
Oculus rift, um dos modelos de óculos de VR.
Já a realidade aumentada (AR) trata de sobrepor em tempo real objetos virtuais no mundo real, podendo permitir a interação com esses objetos. Pode ser feita com smartphones, webcams ou óculos específicos para esse fim, como o descontinuado Google Glass. Um popular exemplo de realidade aumentada foi febre alguns anos atrás, quando o jogo Pokemon Go invadiu smartphones em todo o mundo.
O descontinuado google glass, de AR.
E a realidade mista (MR)? Como se pode deduzir, é a mistura das realidades virtual e aumentada, permitindo inserir e manipular objetos virtuais (AR) em um mundo virtual simulado (VR).
Agoram que entendemos um pouco do que são essas realidades, vamos explorar algumas das suas possibilidades na Saúde.
Tratamento de fobias com terapias de exposição
Pacientes fóbicos podem ser ajudados com VR sendo expostos, em ambientes controlados, às suas fobias. Claustrofobia, fobias de animais (baratas, aranhas...) são alguns exemplos. Há usos também síndrome de stress pós traumático em veteranos de guerra.
Nesse link pode ser visto um vídeo de pessoas lidando com fobias através de VR.
Abaixo podemos ver um jogo em VR em que pessoas tentam lidar com seu medo de alturas.
Controle da dor
Um excelente exemplo de uso da VR é no tratamento de vítimas de queimaduras, que é intensamente doloroso.
A Universidade de Washington criou um jogo em VR chamado SnowWorld no qual se deve arremesar bolas de neve em pinguins. Mas... o que isso tem a ver com a dor destes pacientes? As vias neurais responsáveis pela dor desses pacientes são as mesmas utilizadas durante esse tipo de jogo, de modo que o jogo pode "ocupar" essas vias e reduzir sensivelmente a percepção de dor em alguns pacientes. Em alguns casos, essa estratégia se foi mais eficaz que o uso de morfina no alívio da dor.
O vídeo abaixo explica mais sobre o assunto.
Treinamento de anatomia para estudantes de medicina
Já imaginou aprender anatomia em um ambiente de VR, mais interativo, em que você pode "entrar" por exemplo no tórax de um paciente retirando virtualmente os pulmões, observando a estrutura do da parede torácica e depois recolocando os pulmões para entender melhor como tudo aquilo se ajusta? A Medroom, startup brasileira, desenvolveu essa tecnologia e o resultado e a interatividade atingidos é impressionante, tornando o aprendizado de anatomia muito mais efetivo e interessante.
O vídeo abaixo ilustra melhor como funciona essa aplicação, porém devo dizer que testei pessoalmente essa ferramenta e o vídeo não traduz tudo o que ela é de verdade.
Treinamento e planejamento cirúrgicos
Simuladores de ambientes cirúrgicos, como o desenvolvido pela Stanford University, auxiliam no treinamento e planejamento para cirurgiões e residentes.
A Universidade de Munique desenvolveu um capacete de AR (HMD - Head Mounted Display) que permite ao médico fazer uma cirurgia com o auxílio de imagens virtuais da região sendo operada.
O vídeo abaixo é de um planejamento cirúrgico ortopédico auxiliado por VR.
Estimulação de habilidades sociais em autistas
Ambientes virtuais auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais de pacientes autistas, como esse, desenvolvido pela Texas University.
Melhorar qualidade de vida de idosos e/ou deficientes físicos
Experiências imersivas de VR podem ajudar idosos e deficientes físicos a ter experiências que não poderiam ter de outro modo devido às suas limitações, como pilotar um moto ou caminhar na praia. A Stanford University por exemplo desenvolveu um simulador focado nesse problema, com ótimos feedbacks dos seus usuários.
Enfim, há um sem número de aplicações possíveis de VR, AR e MR em Healthcare, com múltiplas possibilidades a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas. Todos os envolvidos com o universo Health Tech podem pensar formas mais eficentes e disruptivas de empregar essas tecnologias na saúde, melhorando a vida das pessoas.
Se você achou o conteúdo desse ou de outros posts anteriores interessantes compartilhe com seus amigos e conexões. Até a próxima!
Para começar, vamos diferenciar essas realidades para a partir dai pensarmos em como podemos utilizá-las na saúde.
Iniciando pela realidade virtual (VR), podemos dizer que se trata de uma imersão em um ambiente simulado, permitindo não apenas a visualização desse ambiente mas também a interação com o mesmo. Geralmente são utilizados óculos de VR como o Oculus Rift ou Playstation VR para esse fim.
Oculus rift, um dos modelos de óculos de VR.
Já a realidade aumentada (AR) trata de sobrepor em tempo real objetos virtuais no mundo real, podendo permitir a interação com esses objetos. Pode ser feita com smartphones, webcams ou óculos específicos para esse fim, como o descontinuado Google Glass. Um popular exemplo de realidade aumentada foi febre alguns anos atrás, quando o jogo Pokemon Go invadiu smartphones em todo o mundo.
O descontinuado google glass, de AR.
E a realidade mista (MR)? Como se pode deduzir, é a mistura das realidades virtual e aumentada, permitindo inserir e manipular objetos virtuais (AR) em um mundo virtual simulado (VR).
Agoram que entendemos um pouco do que são essas realidades, vamos explorar algumas das suas possibilidades na Saúde.
Tratamento de fobias com terapias de exposição
Nesse link pode ser visto um vídeo de pessoas lidando com fobias através de VR.
Abaixo podemos ver um jogo em VR em que pessoas tentam lidar com seu medo de alturas.
Controle da dor
Um excelente exemplo de uso da VR é no tratamento de vítimas de queimaduras, que é intensamente doloroso.
A Universidade de Washington criou um jogo em VR chamado SnowWorld no qual se deve arremesar bolas de neve em pinguins. Mas... o que isso tem a ver com a dor destes pacientes? As vias neurais responsáveis pela dor desses pacientes são as mesmas utilizadas durante esse tipo de jogo, de modo que o jogo pode "ocupar" essas vias e reduzir sensivelmente a percepção de dor em alguns pacientes. Em alguns casos, essa estratégia se foi mais eficaz que o uso de morfina no alívio da dor.
O vídeo abaixo explica mais sobre o assunto.
Treinamento de anatomia para estudantes de medicina
Já imaginou aprender anatomia em um ambiente de VR, mais interativo, em que você pode "entrar" por exemplo no tórax de um paciente retirando virtualmente os pulmões, observando a estrutura do da parede torácica e depois recolocando os pulmões para entender melhor como tudo aquilo se ajusta? A Medroom, startup brasileira, desenvolveu essa tecnologia e o resultado e a interatividade atingidos é impressionante, tornando o aprendizado de anatomia muito mais efetivo e interessante.
O vídeo abaixo ilustra melhor como funciona essa aplicação, porém devo dizer que testei pessoalmente essa ferramenta e o vídeo não traduz tudo o que ela é de verdade.
Treinamento e planejamento cirúrgicos
Simuladores de ambientes cirúrgicos, como o desenvolvido pela Stanford University, auxiliam no treinamento e planejamento para cirurgiões e residentes.
A Universidade de Munique desenvolveu um capacete de AR (HMD - Head Mounted Display) que permite ao médico fazer uma cirurgia com o auxílio de imagens virtuais da região sendo operada.
O vídeo abaixo é de um planejamento cirúrgico ortopédico auxiliado por VR.
Estimulação de habilidades sociais em autistas
Ambientes virtuais auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais de pacientes autistas, como esse, desenvolvido pela Texas University.
Melhorar qualidade de vida de idosos e/ou deficientes físicos
Experiências imersivas de VR podem ajudar idosos e deficientes físicos a ter experiências que não poderiam ter de outro modo devido às suas limitações, como pilotar um moto ou caminhar na praia. A Stanford University por exemplo desenvolveu um simulador focado nesse problema, com ótimos feedbacks dos seus usuários.
Enfim, há um sem número de aplicações possíveis de VR, AR e MR em Healthcare, com múltiplas possibilidades a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas. Todos os envolvidos com o universo Health Tech podem pensar formas mais eficentes e disruptivas de empregar essas tecnologias na saúde, melhorando a vida das pessoas.
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